Nota pública conjunta de repúdio da Frente dos Servidores Públicos do RS
O SINDPERS assinou a nota da Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul de repúdio ao artigo publicado pelo Presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, na edição de Zero Hora de segunda-feira (15). O empresário sugere reduzir salários dos servidores públicos no Brasil como medida “urgente” por conta da crise econômica causada pela pandemia do Coronavírus. Ele ainda alega que os servidores públicos “não têm os mesmo riscos que os empreendedores e os trabalhadores CLT”.
“Tal pensamento, além de simplista e desrespeitoso com o funcionalismo público, demonstra-se desconectado da realidade. Milhares de servidores de todas as esferas da administração pública sofrem dificuldades com uma brutal redução de direitos, congelamento e parcelamento salarial, prestando mesmo durante a crise da Covid-19 serviços públicos essenciais à população brasileira nas áreas da saúde, da educação, da segurança pública, da assistência social e da justiça, entre outras”, rebate a Frente.
A Frente ainda critica a posição do empresário: “As declarações do empresário vão ao encontro da lógica do governo federal, expressadas publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, que qualificou os servidores públicos como ‘parasitas’ e ‘inimigos’. “Enquanto a palavra de ordem é atacar os servidores públicos que defendem a sociedade, os verdadeiros privilégios e privilegiados seguem intactos no Brasil”, argumentam as entidades signatárias, referindo-se a recente declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que estimou que a instituição poderá comprar até R$ 972 bilhões em papéis de empresas privadas em nome da “ajuda a empresas em dificuldades”.
Leia a íntegra da nota:
NOTA PÚBLICA CONJUNTA DE REPÚDIO DA FRENTE DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO RS
As entidades que compõem a Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul vêm a público manifestar seu repúdio ao artigo publicado pelo Presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, na edição de Zero Hora de 15/06/2020, em que sugere Proposta de Emenda à Constituição para reduzir salários dos servidores públicos no Brasil como medida urgente por conta da crise econômica causada pela pandemia do Coronavírus. Na texto intitulado “A conta da Covid-19 está mal dividida”, o empresário refere que os servidores não “têm os mesmo riscos que os empreendedores e os trabalhadores CLT”, e que todos aqueles que prestaram concurso público seriam cidadãos de primeira linha, pois possuem estabilidade e se aposentaram em melhores condições.
Tal pensamento, além de simplista e desrespeitoso com o funcionalismo público, demonstra-se desconectado da realidade. Milhares de servidores de todas as esferas da administração pública sofrem dificuldades com uma brutal redução de direitos, congelamento e parcelamento salarial, prestando mesmo durante a crise da Covid-19 serviços públicos essenciais à população brasileira nas áreas da saúde, da educação, da segurança pública, da assistência social e da justiça, entre outras.
As declarações do empresário vão ao encontro da lógica do governo federal, expressadas publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, que qualificou os servidores públicos como “parasitas” e “inimigos”. Nessa esteira, o governador Eduardo Leite/PSDB, segue a mesma cartilha de Bolsonaro que defende o estado mínimo sob a égide da modernidade, promovendo o fim do serviço público e aprofundando ataques a direitos históricos dos trabalhadores e o desmonte do estado para entregá-lo de bandeja para a iniciativa privada, prejudicando assim, a população que mais necessita dos serviços públicos. A contradição e falência do modelo ultraliberal defendido pelos governos e pelos representantes da classe empresarial do atraso atinge o seu clímax neste momento. Até os servidores que já deram sua