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Foto do escritorImprensa SINDPERS

Primeira mulher paraciclista do Campeonato Gaúcho, colega da DPE/RS conta sua trajetória no esporte

Servidora da DPE/RS desde 2018, a colega Francieli Franke Kreutz, 33 anos, tornou-se recentemente a primeira mulher na categoria de paracilismo H3 do Campeonato Gaúcho de Ciclismo de Estrada. Com uma trajetória onde o esporte sempre esteve presente, Fran conversou com o SINDPERS e contou como o paraciclismo entrou na sua vida e falou sobre seus objetivos no esporte.


Francieli é analista processual da DPE/RS desde 2019, mas já atuava na instituição como técnica, em 2018, na comarca de Santa Rosa. Para além do trabalho, ela é extremamente ligada à família, com quem gosta de passar os finais de semana, e também aos amigos.


Desde pequena, sempre praticou esportes. No colégio, Fran jogava futebol, vôlei, caçador. Já adulta, praticava natação na clínica de fisioterapia que frequenta. A prática foi interrompida pela pandemia, mas ela não ficou muito tempo parada. Em abril deste ano, um esporte que fez parte da sua infância foi retomado e colocou o nome Francieli Franke Kreutz na história do esporte gaúcho: o ciclismo.


“Desde pequena gostava de andar de bike... Inicialmente andava com bicicleta normal, com uma pequena adaptação no pedal, para que ele não parasse, assim conseguia andar com uma perna só, pois usava prótese somente no membro inferior direito (não utilizava prótese para andar de bike). Porém, conforme fui crescendo, e considerando que minha perna esquerda é curta, passei a utilizar prótese nos dois membros inferiores, e não alcançava mais nas bicicletas maiores, razão pela qual, tive que "abandonar" por um tempo a bike. O ciclismo retornou ao meu cotidiano, final de abril de 2021, quando adquiri minha handbike”, conta a colega.


A motivação de Fran para a prática de esportes sempre foi a de poder movimentar o corpo e melhorar seu condicionamento físico. Ela lembra que há tempos já acompanha os Jogos Olímpicos e Paralímpicos e, foi neste último, que descobriu a modalidade de handbike, que logo despertou seu interesse. Depois de algum tempo de pesquisa, encontrou uma fábrica em São Paulo, a HandVentus Tricycle, onde encomendou sua primeira handbike.


Do primeiro contato com o esporte às competições, o caminho foi rápido: “Comecei a andar e postar fotos e vídeos no meu Instagram, e o pessoal da Equipe dos Raptors viu e veio conversar comigo, me convidando para participar da equipe. Explicaram o projeto de inclusão do grupo, e eu achei super bacana”, conta. A equipe conta também com outros atletas paraciclistas, que foram grandes incentivadores de Fran: “Recebo muito apoio e dicas do meu colega Rodrigo Schu, que foi o pioneiro na categoria handbike masculino”.


Já como integrante da equipe, Francieli resolveu dar o próximo passo e participar da sua primeira competição. Em agosto deste ano, ela se tornou a primeira mulher na categoria de paracilismo H3 do Campeonato Gaúcho de Ciclismo de Estrada. A competição foi realizada no Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul e Fran ficou com a primeira colocação.


“A sensação é muito gratificante, sentir o apoio dos colegas de equipe, da família e amigos. E o principal de tudo é, sem dúvidas, incentivar mais pessoas com deficiência a se desafiaram, a sentirem a liberdade e o vento no rosto que a bike nos trás, porém não só a bike, e sim todo e qualquer exercício e modalidade de esporte”, conta empolgada sobre a sua experiência em competições.


Mas, para Fran, o Campeonato Gaúcho pode ser apenas o início, porque seus sonhos vão além: “Acredito que sonhar faz parte da nossa vida, até porque os sonhos são nosso combustível para buscar a evolução e a busca incessante por nossos objetivos... Certamente seguirei treinando, e almejo uma competição nacional e, quem sabe, uma Paralimpíada. Seria fantástico!”.


Para chegar lá, Francieli dá duro nos treinos, que ocorrem em média quatro vezes na semana, incluindo os finais de semana. Os treinos de handbike são intercalados ainda com sessões de academia e fisioterapia.


Sobre o espaço e incentivo para as mulheres paratletas nos esportes, a pioneira na modalidade de paracilismo H3 do Campeonato Gaúcho de Ciclismo de Estrada acredita que ainda é tímido e deixa a desejar. Pessoalmente, ela encontrou esse apoio na família e na sua equipe de ciclismo: “No meu caso, sempre tive muito incentivo da minha família e amigos, e agora da minha equipe Raptors!”.


O pioneirismo de Fran é um exemplo para todas e todos de como sonhos podem ser realizados e resgatados a qualquer tempo, seja simplesmente para sentir a brisa no rosto, para buscar mais saúde ou até mesmo para se tornar uma atleta profissional. E ela deixa um recado para incentivar também suas colegas e seus colegas da DPE/RS:


“É fato que a rotina do dia a dia, geralmente, suga nossas energias. Porém, a prática do esporte é algo que só depende de nós e que nos trás muitos benefícios! Acredito que devemos investir em nossa saúde e disponibilizar qualquer tempinho que for, para nos cuidar. A sensação de bem estar após exercitar-se é muito bacana. Ademais, podemos realizar atividades em família, pois há várias modalidades da prática esportiva”.


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