O colega Veyzon Campos Muniz acaba de lançar o livro “Direito, Arte e Negritude”, pela Editora Fi. Veyzon é doutorando no Programa de Doutoramento em Direito Público - Estado Social, Constituição e Pobreza do Instituto Jurídico da Universidade de Coimbra e organizou a publicação junto com Rebeca de Souza Vieira, pós-graduada em Ciências Criminais pela Universidade Candido Mendes.
Pensado e executado a partir da necessidade de difundir no debate público uma ampla reflexão sobre o racismo e seus nefastos efeitos e a valorização da (des)construção acadêmica antirracista e afrocentrada, o livro liga os campos da Arte e do Direito de maneira simbiótica, conferindo (re)conhecimento especialmente a saberes, pensadores(as) e artistas negros, em sua multiplicidade e riqueza de expressões.
A publicação tem 32 capítulos com artigos dos próprios organizadores e outros pesquisadores da área. A apresentação é da advogada, professora universitária e mestra em Direito Público pela UFBA , Ezilda Melo. Em seu texto de abertura, Melo destaca que a produção “permite interpretação de representações discursivas a partir das interligações entre Direito e Arte, tendo o fio condutor da Negritude como ponto de encontro, reverberando apoio às lutas antirracistas e antissexistas numa área do conhecimento humano, o Direito, que se constituiu a partir de opressões e de leis machistas, racistas, classistas que atravessam os séculos e ferem as existências pessoais”.
Veyzon conta que o projeto é fruto do contexto de violações de direitos da população negra, que se agravou com a pandemia: “2020 foi um ano muito trágico e violento. O agravamento mundial da pandemia do novo coronavírus trouxe para um grande número de pessoas pretas e pobres violações de direitos de toda ordem. Em junho, o assassinato de Geroge Floyd foi o estopim para que eu e outras pessoas começássemos a trabalhar nesse projeto colaborativo, filho de um isolamento social produtivo, que defende a simbiose da arte, como resistência política, e do direito, como instrumento de efetividade do bem-estar e da vida”. O organizador e autor de diferentes capítulos comemora o lançamento e a pluralidade da publicação: “Nascido da inventividade de autoras e autores de todo Brasil, o livro se constitui como um Quilombo Criativo, páginas de celebração da cultura negra, uma tentativa sincera de manter aceso o fogo da luta antirracista em 2021, lançado no Dia Internacional do Combate à Discriminação Racial, e, assim, colocar nas pessoas um sorriso aberto, como cantava Jovelina Pérola Negra”.
O lançamento oficial será na quinta-feira (25), às 20h, com uma live transmitida pelo Instagram dos organizadores: https://instagram.com/veyzon e https://instagram.com/rebecasvieira
O livro já está disponível para download gratuito em: https://www.editorafi.org/108negritude
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